Pode começar com um pequeno incômodo. Depois, a situação vai piorando, piorando e piorando até o ponto em que o bebê fica tão irritado que nem descobrindo e resolvendo o problema original é fácil acalmá-lo. Poucas coisas são mais difíceis para os pais, sobretudo os de primeira viagem, como uma criança que não para de chorar por nada. Para facilitar, listamos aqui 10 motivos que deixam o bebê mais irritado. Assim, você pode identificar a razão das lágrimas mais cedo e acabar com o sufoco e, ainda melhor, evitar que as crises aconteçam.
É o principal motivo. O bebê chora instintivamente quando precisa se alimentar por uma questão de sobrevivência. A frequência varia de bebê para bebê, por fatores como o tipo de alimentação e duração e intensidade das mamadas. Há crianças que mamam um pouco e depois de duas horas sentem fome novamente; outras conseguem ficar sem o leite por um intervalo maior.
É comum que os bebês sintam frio. Principalmente, nos primeiros dias de vida, eles perdem calor mais rápido. Durante a noite, a temperatura pode cair muito e a roupa que a criança usava durante o dia pode não ser suficiente. Observe se os pés ou o nariz estão gelados, se o queixo está batendo e, se for necessário, vista uma roupa mais quente.
O calor demais também pode incomodar. Às vezes, os pais exageram nos agasalhos e a criança começa a se incomodar. O suor pode aparecer nas obras, a pele fica vermelha e, ao medir a temperatura, ela está elevada, em mais de 37ºC. Vale retirar uma camada de roupa e observar se a temperatura diminui depois de 20 ou 30 minutos.
A fralda com cocô ou xixi também pode ser motivo de muita irritação. A sujeira incomoda tanto quanto o suor, porque fica em contato direto com a pele do bebê que, além de tudo, é sensível.
As assaduras também são grandes causadoras de choro. A pele do bebê fica irritada e sensível, apresentando vermelhidão. E nem sempre ela acontece por conta de uma baixa frequência na troca de fraldas. Também pode ser resultado do contato com a fralda, de um ambiente muito úmido ou até de uma alergia ou intolerância alimentar, o que pode deixar as fezes mais ácidas.
Essa dor de barriga costuma acometer os bebês entre um e três meses de idade. É normal, porque eles ainda estão no processo de maturação do sistema digestivo. A cólica é uma dor que vai e vem e, por isso, em um minuto, a criança está irritadíssima, chorando alto, e, no outro, se acalma, até o incômodo voltar novamente. Para aliviar, vale tentar mudar o bebê de posição (alguns se aliviam quando estão de bruços), fazer massagens, compressas, exercícios com as pernas…
Os bebês que sofrem com refluxo sentem uma espécie de queimação no estômago e isso, é claro, desperta o choro incessante. Algumas crianças que têm refluxo não regurgitam e, portanto, o problema nem sempre é tão fácil de identificar. Se o seu filho chorar muito e você não identificar outro motivo, vale investigar com o pediatra se a causa não é essa.
Muitas vezes, os bebês ficam cansados e não sabem que o que eles precisam fazer para se acalmar é dormir. Eles se mostram cada vez mais irritados e, por mais paradoxal que possa parecer, sentem cada vez mais dificuldade para pegar no sono. Por isso, vale criar uma rotina, que deve começar cerca de duas horas antes do momento de ir para o berço. Diminua os sons e as luzes da casa, dê um banho relaxante, vista o pijama, leia ou cante para ele…
É verdade que as crianças precisam de estímulos, mas, de vez em quando, eles são exagerados e acabam deixando os nervos à flor da pele. Muito barulho, muita agitação, muitas cores e muitas luzes podem incomodar o bebê, que começa a chorar de irritação. Os barulhos, principalmente, porque a audição é um sentido que não para, nem mesmo enquanto dormimos.
Fralda apertada demais machuca e também pode levar ao choro. Por isso, não basta verificar apenas se o seu filho está limpo. É preciso checar também se a fralda está bem colocada. Quando a peça está muito justa, além da dor na pele, que fica vermelha, ela pode estimular ou intensificar a cólica. Cuidado!
Fonte: Felipe Lora, endocrinologista pediatra e gerente médico do Pronto Socorro do Hospital Infantil Sabará (SP).