1. O que provoca o mau hábito
Acredita-se que a oncofagia, como é chamado pelos médicos o hábito de roer unhas, atinge um terço das crianças e quase metade dos adolescentes, em diferentes graus. “Por trás do costume, há uma série de fatores, como ansiedade, impulsividade, a imitação de outro membro da família e, talvez, características hereditárias”, explica Arthur Kummer, psiquiatra da infância e da adolescência e professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Trata-se de um hábito relacionado à ansiedade e insegurança, observado a partir de 3 anos de idade. Os pequenos costumam levar à boca tanto as unhas das mãos como dos pés”, complementa Saul Cypel, pediatra e professor de Neurologia Infantil da Universidade de São Paulo. O comportamento é, possivelmente, influenciado pelo estado emocional, exacerbando-se quando a criança está sob estresse.

2. Principais consequências
As unhas não raro ficam deformadas e os dedos se tornam muito sensíveis à dor, além de serem uma porta de entrada para infecções bacterianas e virais. “Infecções respiratórias e gastrointestinais provocadas por micro-organismos, como bactérias presentes nas mãos, também são comuns”, afirma Cypel. Sem contar que roer unhas está relacionado a problemas dentários, como lesão gengival e má oclusão dos dentes anteriores. A criança também pode ter problemas de estômago, por ingerir as unhas roídas.
“Como se não bastassem as conseqüências físicas, o hábito pode trazer repercussões psicológicas e sociais, já que as crianças e adolescentes podem se envergonhar das unhas roídas, apresentar baixa autoestima e evitar contato com outras pessoas”, explica Arthur Kummer.

3. Não castigue
Cypel afirma que “os principais erros acontecem quando os pais decidem acabar com o comportamento drasticamente, com uma probição enérgica, limitações de uso de brinquedos, ou aplicação de substâncias nas unhas, para provocar ardor na boca ao serem ingeridas. Punições severas, ridicularizações e humilhações além de não ajudarem, trazem consequências graves e podem, inclusive, agravar o problema.

4. Não brigue na frente dos amigos
Roer unhas pode expressar situações de timidez ou tensão e dificuldades. “Expor essas dificuldades pode aumentar ainda mais a ansiedade da criança, o que pode levá-la a exarcebar esse sintoma”, explica Maria Cristina Senna Duarte, mestre em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Fernandes Figueira, em São Paulo.

5. Converse com seu filho
A partir dos 3 anos de idade, a criança já tem maturidade para entender uma conversa. Por isso, fale dos prejuízos que o costume traz e da importância de parar de roer as unhas. Demonstre boa vontade em ajudá-la a superar o problema e evite ameaças.

6. Deixe as unhas bonitas
Cuidados estéticos e de higiene são fundamentais. Especialmente para as meninas, uma unha bem cuidada e pintada pode promover efeito inibidor do vício.

7. Elogie ao invés de criticar
Crianças tendem a responder mais favoravelmente a estímulos para bons comportamentos, como elogios, do que a punições para atitudes negativas, como críticas pesadas ou agressões. Desse modo, ao invés de ficar lembrando seu filho de não roer as unhas, pode ser mais interessante elogiá-lo pela postura proativa, por conseguir diminuir a frequência do hábito e por estar com as mãos bonitas.

8. Valorize as pequenas conquistas
Os pais também podem estabelecer um calendário para recompensas . Um exemplo: a criança recebe uma estrelinha por cada dia sem roer a unha. Ao final da semana, recebe um prêmio, como o um lanche preferido ou um passeio divertido.

9. Observe as recaídas
Preste atenção aos possíveis gatilhos, como situações estressantes. “É importante que os pais considerem o contexto e verifiquem se algo atípico na dinâmica familiar possa estar correlacionado à insegurança de seu filho”, afirma Cypel. Ao reconhecer as causas, fica mais fácil superá-las. Se a criança sabe em que momentos o vício se manifesta mais intensamente, ela adquire maior domínio sobre o hábito e mais facilidade para interrompê-lo.

10. Faça programas somente com seu filho
Introduzir atividades individualizadas com seu filho, como passeios, leituras e jogos de mesa é uma maneira de ocupá-lo, distraindo-o do vício, além de proporcionar aconchego e vínculo, o que pode anular algumas causas do mau hábito.

11. Desvie a atenção da criança
Em vez de focar a atenção no problema, procure distrair a criança com outras atividades. Maria Cristina Senna Duarte sugere que os pais “ofereçam massinhas para brincadeiras de modelagem, desenhos ou pinturas. Os trabalhos manuais ocupam as mãos e têm ação terapêutica”.

12. Procure um especialista
Se o comportamento persistir, uma ajuda especializada pode ser necessária. Técnicas mais complexas, como a terapia de reversão de hábitos, podem ser trabalhadas. “Os pais devem procurar um atendimento psicoterápico, principalmente, se o vício estiver associado a outras alterações comportamentais, como agressividade, impulsividade, impaciência e inquietude”, finaliza Cypel.

Fonte: bebe.com

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