Após quatro anos de parceria com a renomada pediatra Ana Maria Escobar, que também é consultora do programa “Bem Estar”, da Rede Globo, compilamos as dúvidas mais frequentes dos leitores em relação aos filhos – que chegam na redação da CRESCER via e-mails e redes sociais – e pedimos que ela respondesse com soluções práticas

Meu filho não quer dormir na própria cama. O que fazer?
Até os 3 meses de vida, não há problema em colocar a criança no quarto dos pais, desde que seja em um berço ou moisés. Isso diminui a preocupação dos adultos e evita que tenham de se levantar para checar se o bebê está bem. Assim, a amamentação é favorecida e o sono da mãe fica preservado. Mas trata-se apenas de uma adaptação. Quando a fase de cólicas passar e o aleitamento estiver bem estabelecido, o ideal é que o filho vá para o próprio dormitório. Entre 1 e 5 anos, porém, é comum que algumas crianças tomem mais consciência do mundo e sintam medo ou insegurança. É quando começam a pedir para dormir com os pais. Ampare caso o seu filho chore à noite, mas mantendo-o no leito dele. Outra dica é colocá-lo em um colchão no seu quarto, durante poucos dias. Ou, então, você mesma pode dormir no quarto dele, por um ou dois dias, até que recobre a segurança. No entanto, tenha em mente que esse é um recurso pontual, que deve ser adotado em caráter de transição e não definitivo. Se o problema persistir, vale recorrer a um psicólogo ou pediatra para tentar identificar as razões do temor.

Não consigo desmamar meu filho. Há alguma estratégia que ajude nesse processo?
Primeiro, é fundamental ressaltar que a Organização Mundial de Saúde recomenda a amamentação exclusiva até os 6 meses . Após esse período, infelizmente, algumas mulheres enfrentam dificuldades para oferecer o peito, como a volta ao trabalho e o consequente afastamento do bebê – o que, aos poucos, impacta na redução da produção de leite –, entre outros problemas. O melhor é buscar informação para se adaptar e insistir o máximo possível. Há casos, porém, em que a criança já é maior e a mãe precisa fazer o desmame, mas tem dificuldade, por querer manter o vínculo com o filho. Então, ele sente a insegurança materna e sofre com esse processo. Por isso, nesse momento, você deve se fazer duas perguntas: eu quero desmamar? Eu preciso? Se as respostas forem sim, fique calma e seja firme, mesmo que seu filho resista em se alimentar de outra forma nos primeiros dias. Costumo dizer que ninguém morre de fome com comida ao seu alcance!

O que pode ser quando o nariz da criança está sempre obstruído?
Nessa época do ano, a temperatura muda bruscamente e as defesas das vias respiratórias podem se ressentir, o que se manifesta com as mucosas um pouco inflamadas. Sem contar que o clima fica mais seco e aumenta a circulação de vírus. No entanto, se o único sintoma for a obstrução ou coriza, não se trata de uma infecção. De qualquer forma, consulte um especialista para descartar gatilhos alérgicos, sendo a rinite o mais frequente deles.

Existe uma maneira efetiva de combater as cólicas do recém-nascido?
O desconforto se deve à imaturidade do sistema digestivo e acomete boa parte dos bebês até os 3 meses. A funchicória é um recurso antigo e costuma ser prescrita pelos pediatras ainda hoje. Por ter gosto doce, acalma o bebê. Também há remédios em gotas com lactobacilos, que reforçam a microflora intestinal e podem surtir efeitos benéficos. Alguns bebês reagem positivamente aos remédios antigases – com prescrição médica, é claro.Outras medidas importantes são corrigir a pega da criança ao seio, para evitar que engula ar, e observar uma eventual relação de causa e efeito entre o que a mãe come e a ocorrência das crises. Não há alimentos específicos relacionados aos episódios de cólica. É preciso identificar a sensibilidade individual.

Meu filho bate e morde as pessoas. Como corrigi-lo?
Isso pode acontecer principalmente por volta dos 2 anos. Algumas crianças mordem, outras, batem nos colegas e familiares. A agressividade é sinal de que algo não vai bem. Se o seu filho sente necessidade de se expressar assim, é porque tem alguma coisa que o incomoda. Pode ser o nascimento de um irmão, a ausência da mãe ou do pai ou o fato de estar infeliz com um cuidador, entre outros fatores. Portanto, é fundamental tentar identificar esses gatilhos, o que mudou na rotina da criança ou qualquer fato que esteja associado à mudança de comportamento. Outro aspecto que precisa ser observado é uma eventual passividade dos pais – o filho morde e eles deixam, por exemplo. Diante da agressão, a conduta apropriada é repreendê-lo, de forma assertiva, com palavras enérgicas. Mesmo que ainda seja pequeno para compreender o conteúdo da bronca, ele certamente captará o tom da mensagem.

Fonte: Revista Crescer

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